Médico revela os erros mais comuns ao se fazer transplante capilar
Segundo especialista, alguns erros no transplante capilar podem comprometer significativamente o resultado; confira os principais
atualizado
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De uns anos para cá, o transplante capilar se tornou um método queridinho dos profissionais e pacientes que estão em busca por soluções definitivas para a calvície. Dados de um estudo da Associação Brasileira de Cirurgia da Restauração Capilar (ABCRC), divulgado no final de 2024, mostraram que mais de seis mil procedimentos foram realizados no Brasil em 2022.
Felizmente, com o avanço da tecnologia, técnicas mais modernas como a FUE (Extração de Unidades Foliculares) e, em alguns casos, a FUT (Transplante de Unidades Foliculares) ou DHI (Implante Direto de Cabelo), são consideradas extremamente seguras nos dias de hoje.
No entanto, segundo o médico especialista em transplantes capilares Jorge Librelotto, os profissionais mais aptos para a realização de transplantes capilares são os cirurgiões plásticos e os dermatologistas — com experiência e treinamento específicos nesse tipo de cirurgia.
Ao decidir pelo procedimento, o paciente deve atentar-se a alguns fatores que vão além da escolha do profissional que irá fazer a intervenção. Cuidados pré e pós-operatórios e a rotina de tratamento também são importantes para garantir bons resultados.
Questionado pela coluna Claudia Meireles sobre os erros mais comuns ao se fazer transplante capilar, o expert selecionou uma série de falhas que podem maleficiar a eficácia do tratamento. Para ele, esses descuidos podem comprometer significativamente o resultado estético e a satisfação do paciente.

Confira os erros mais comuns ao se fazer transplante capilar, sob um ponto de vista médico:
1 – Não avaliar completamente a área doadora e receptora
Um erro grave, conforme aponta o especialista, na hora de se submeter ao procedimento, é superestimar a capacidade da área doadora ou não prever a progressão futura da calvície. “Se a área doadora for limitada, um transplante com alta densidade pode não ser a melhor indicação, e tentar realizá-lo pode resultar em uma área doadora ‘depenada’ e não natural”, explica.
“A falta de planejamento leva a resultados insatisfatórios e pouco duradouros”
Jorge Librelotto, médico especialista em transplantes capilares
2 – Não considerar a idade e a progressão da calvície
Realizar um transplante em pacientes muito jovens, sem prever como a linha capilar natural se comportará com o avanço da calvície, pode gerar uma linha de cabelo “isolada” no futuro, quando a calvície progredir ao redor.
3 – Expectativas irrealistas do paciente
Librelotto adverte que não gerenciar as expectativas do paciente é um erro de comunicação. “É fundamental explicar que o transplante visa restaurar a densidade e a linha capilar, mas não devolverá a mesma densidade da adolescência, e que o resultado final leva tempo para aparecer”, frisa.

4 – Linha de cabelo reta e pouco natural
De acordo com o médico pós-graduado em dermatologia, a linha capilar frontal deve ter um desenho irregular, com uma transição gradual e a presença de unidades foliculares de um fio nas primeiras linhas. “Desenhos retos ou muito simétricos resultam em uma aparência artificial, com efeito de ‘cabelo de boneca'”, argumenta.
5 – Linha de cabelo muito baixa ou muito alta
O desenho da linha frontal deve considerar as proporções faciais do paciente. O médico esclarece que uma linha muito baixa pode parecer artificial e esgotar a área doadora precocemente, enquanto uma linha muito alta não corrige a calvície de forma satisfatória.
6 – Transecção excessiva dos folículos (na FUE)
Segundo o profissional, durante a extração com o punch, o folículo pode ser cortado ou danificado. Ela conta que uma taxa elevada de transecção (acima de 5 a 10%) significa que muitos folículos não sobreviverão ao transplante, comprometendo a densidade final. “Isso geralmente ocorre por falta de destreza ou experiência do cirurgião”, observa.
7 – Extração exagerada da área doadora
Jorge Librelotto afirma que remover folículos em excesso da área doadora pode deixá-la com um aspecto rarefeito, com pontos brancos ou cicatrizes visíveis, causando um “efeito esgotado”, que é difícil de corrigir.

8 – Dano aos folículos por mau manuseio
Uma vez extraídos, os folículos são muito delicados, conforme alerta o especialista. Portanto, o manuseio inadequado, a desidratação ou o tempo excessivo fora do corpo antes da implantação podem reduzir drasticamente a taxa de sobrevivência dos enxertos.
9 – Ângulo, direção e profundidade incorretos dos fios
É importante lembrar que o cabelo transplantado deve seguir o mesmo ângulo e direção de crescimento dos fios naturais. “Erros nesse aspecto resultam em cabelos que crescem de forma antinatural, para cima ou em direções opostas, e que não se ‘misturam’ bem com o cabelo existente”, alega.
10 – Má distribuição da densidade
Outro erro, para o médico, é concentrar muitos enxertos em uma área e deixar outras com baixa densidade — ou criar uma densidade excessiva que não permite irrigação sanguínea adequada. “O ideal é uma distribuição uniforme e um planejamento que permita múltiplas sessões, se necessário, para atingir a densidade desejada”, diz.
11 – Instruções pós-operatórias insuficientes
Librelotto ressalta que, se o paciente não receber orientações claras e detalhadas sobre os cuidados pós-operatórios (como lavagem, proteção e uso de medicamentos), a sobrevivência dos enxertos pode ser comprometida, resultando em um transplante com baixa densidade ou aparência inadequada”, destaca.
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